Cinderela em Quadrinhos




A atriz Audrey Hepburn fez muitos papéis antológicos no cinema. Foi princesa em Roma, garota de programa em Nova York e até Cinderela em Paris. Falecida em 1993, aos 63 anos, ela ainda seria inspiração, cinco anos depois, para uma personagem de quadrinhos: Júlia Kendall. Publicada no Brasil pela editora Mythos no gibi “J. Kendall — Aventuras de uma criminóloga”, a jovem dá aulas de criminologia em uma universidade na cidade fictícia de Garden City, em Nova Jersey, e auxilia a polícia na solução de crimes. Seu rosto é idêntico ao de Audrey Hepburn, uma paixão, desde garoto, do roteirista italiano Giancarlo Berardi, de 60 anos, criador de Júlia e também de outro personagem adorado pelos leitores de quadrinhos: o caubói Ken Parker, inspirado em Jeremiah Johnson, papel de Robert Redford em “Mais forte que a vingança”, filme dirigido por Sidney Pollack em 1972.

— A fonte de minhas inspirações é a vida, não o cinema — explica Berardi por email ao GLOBO. — Dos filmes eu simplesmente extraí a gramática da narrativa por imagens e algumas fisionomias para meus protagonistas. Mas devo igualmente à literatura e àqueles narradores orais que eu ouvia quando criança nos pequenos restaurantes e armazéns do interior.

Júlia, que acaba de chegar às bancas em duas edições especiais — o 60º número de seu gibi regular e o quinto volume de HQs do início de carreira da investigadora, quando ela ainda era uma estudante de criminologia —, é uma das mais complexas personagens femininas dos quadrinhos. Além de comer, dormir e amar, como qualquer pessoa de verdade, ela ainda convive com a empregada e amiga Emily, costuma discutir com o tenente Webb, é admirada pelo rechonchudo sargento Irving e tem no detetive Baxter seu apoio na polícia. Suas histórias em quadrinhos de 132 páginas, escritas por Berardi e colaboradores, são tramas policiais recheadas de influências e profundidade.

— Para criar Júlia, eu trabalhei durante quatro anos estudando os personagens e aprofundando as temáticas. À preparação que eu já tinha em âmbito policial e criminológico, acrescentei cerca de cento e cinquenta textos sobre o assunto e, ao mesmo tempo, voltei à universidade como observador no curso de criminologia — explica Berardi (à esquerda, no Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte, em 2007), que frequentou aulas no Instituto de Medicina Legal de Gênova, na Itália. — Não se pode tratar com superficialidade um tema tão visitado pela literatura, pelo cinema e pela televisão. Além disso, na vida de todo dia eu sempre fico muito atento para captar ideias, diálogos, personagens, situações. Sem esquecer o saudável hábito de acompanhar jornais e telejornais.

Berardi, que já esteve no Brasil em 2007, no Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte, não tem interesse por super-heróis e acredita mais no heroísmo de um pai de família, com três ou quatro filhos, que se sacrifica e abre mão de tudo para mantê-los, para fazê-los estudar e ajudá-los a construir um futuro. Segundo ele, suas histórias são cheias desses “heróis”. Júlia, que ainda não tem filhos, mas deve adotar um, à distância, em breve, é uma heroína diferente do habitual nos quadrinhos. Não tem superpoderes, mas a sensibilidade feminina necessária a uma criminóloga:

— As mulheres adoram ouvir, falar de si e se relacionar com os outros. A fantasia, eixo deste trabalho, é também uma prerrogativa feminina, assim como a participação e o instinto do acolhimento. Se bem que, apesar destas premissas, eu tive que chegar quase aos 50 anos para achar a coragem de entrar no personagem de uma mulher. Um desafio que faz tremer e que ainda não tenho certeza se venci.





Fonte:oglobo.globo.com

Audrey Hepburn - La Vie En Rose


Des yeux qui font baiser les miens,
Un rire qui se perd sur sa bouche,
Voilà le portrait sans retouche
De l'homme auquel j'appartiens
[Refrain]
Quand il me prend dans ses bras
Il me parle tout bas,
Je vois la vie en rose.
Il me dit des mots d'amour,
Des mots de tous les jours,
Et ça m'fait quelque chose.
Il est entré dans mon coeur
Une part de bonheur
Dont je connais la cause.
C'est lui pour moi,
Moi pour lui dans la vie,
Il me l'a dit, l'a juré
Pour la vie.
Et dès que je l'apercois
Alors je sens en moi
Mon coeur qui bat
Des nuits d'amour à plus finir
Un grand bonheur qui prend sa place
Des ennuis des chagrins s'effacent
Heureux, heureux à en mourir.

Edith Piaf


 
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